Introdução
Quem
nunca ouviu a expressão “aquela pessoa é muito inteligente?” Mas de qual
inteligência estamos falando? O que significa afinal “ser inteligente”? Segundo
o psicólogo Howard Gardner, todo o ser humano é dotado de inteligência, mas
cada qual tem um tipo que se sobressai as demais, o que o torna o indivíduo inteligente
em determinado ponto de vista, ou área específica.
existem evidências
persuasivas para a existência de diversas competências intelectuais humana
relativamente autônomas abreviadas daqui em diante como “inteligências
humanas”. Estas são as “estruturas da mente” do meu título. A exata natureza e
extensão de cada “estrutura” individual não é até o momento satisfatoriamente
determinada, nem o número preciso de inteligências foi estabelecido. Parece-me,
porém, estar cada vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos
algumas inteligências, que estas são relativamente independentes umas das outras e que podem
ser modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneiras
adaptativas por indivíduos e culturas (GARDNER 1994, p. 7).
O
fato é que a escola tradicional transformou-se em um local onde se rotulam os
alunos segundo o que consideram sua inteligência, mas quando o fazem, a
classificação abrange somente a inteligência matemática e a linguística.
Segundo Gardner (1995, p.40) as avaliações seriam feitas:
Por testes de inteligência linguística ou lógica. Uma vez que estes
testes medem habilidades valiosas no desempenho das tarefas escolares, eles
oferecem uma confiável predição do sucesso ou fracasso na escola.
E
quanto os demais alunos? Seriam eles desprovidos de inteligência? Aqueles
portadores de outros tipos de inteligência ficariam excluídos de um aprendizado
de qualidade, por não serem capazes de aprender nos formatos tradicionais?
Um aluno que
não é capaz de compreender aquilo que lê, também não é capaz de resolver um
problema matemático, compreender um contexto histórico de um acontecimento, ou
a formação populacional do ponto de vista geográfico.
Como
então, atuar de forma eficiente, para abranger a maior parte dos alunos em uma
sala de aula, promovendo um aprendizado de qualidade? De quais artifícios podemos
utilizar para que o conhecimento possa ser efetivo a fim de proporcionar uma
criticidade por parte do aluno?
Temos de respeitar os níveis
de compreensão que os educandos – não importa quem sejam – estão tendo de sua
própria realidade. Impor a eles a nossa compreensão em nome da sua libertação é
aceitar soluções autoritárias como caminhos de liberdade. (FREIRE 1986, p.31)
Neste
artigo pretendo discutir a utilização das artes como forma de alcançar um
aprendizado de qualidade, abrangendo todas as pessoas envolvidas, respeitando
suas peculiaridades e sua inteligência, “pois a mente é um instrumento
multifacetado, de múltiplos componentes, que não pode, de qualquer maneira
legítima ser capturada num simples instrumento estilo lápis e papel” (Gardner
1995, p.65).
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