CONSIDERAÇÕES FINAL

Considerações Finais

É preciso revermos urgentemente nossa postura em sala de aula, pois a educação tradicional que aí se apresenta está se mostrando ineficaz no ensino e aprendizagem de boa parte de nossos alunos. Para isto devemos refletir de que forma podemos atuar de forma mais eficiente, abrangendo um número maior de alunos. Segundo Delors (2000, p. 89):

Uma resposta puramente quantitativa à necessidade da educação – uma bagagem escolar cada vez mais pesa – já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos.

Acredito que uma das principais preocupações seria desenvolver os alunos cada qual dentro de sua inteligência predominante, gerando assim o aprendizado da disciplina em questão, mas ao mesmo tempo, ajudar ao aluno para que ele também possa se desenvolver nas demais inteligências, para que este possa exercer de forma crítica seu papel  na sociedade,  e as artes podem ser uma porta  de  entrada  para  este aprendizado,  pois segundo Dewey (1978, p.43):

A criança vive em um mundo em que tudo é contato pessoal. Dificilmente penetrará no campo da sua experiência qualquer coisa que não interesse diretamente seu bem-estar ou de sua família e amigos. O seu mundo é um mundo de pessoas e interesses pessoais, não um sistema de fatos ou leis. Tudo é afeição e simpatia, não havendo lugar para a verdade, no sentido de conformidade com o fato externo.

Neste aspecto, acredito que a inclusão das artes, não como uma disciplina paralela as demais, e sim como uma disciplina complementar pode vir a auxiliar para que possamos trabalhar todos os tipos de inteligência. A formação cultural, cimento das sociedades no tempo e no espaço, implica a abertura a outros campos do conhecimento e, deste modo, podem operar-se fecundas sinergias entre as disciplinas (DELORS 2000, p.91).

Desta forma, de modo algum se deve suprimir os professores formados em artes, mas devemos dar a possibilidade, e incentivo para que os demais professores, formados nas mais variadas disciplinas estejam aptos a trabalhar com as expressões artísticas de seus alunos, buscando a significância do aprendizado, e consequentemente o interesse por ele. O professor deve-se permitir ouvir as colocações de seus alunos. Deve motiva-los a novas descobertas:

O que estimula a motivação? São preciosas as primeiras e agradáveis experiências lúdicas, nas quais a exploração de materiais e situações leva a uma compreensão mais   profunda...  Os  indivíduos  podem  ser  sumamente  motivados  para  aprender quando se entregarem a atividades que possuem  algum talento (GARDNER 1999, p. 89)

O que deveríamos buscar na educação seria “além dos saberes que porventura venham a ser apendidos, é o desenvolvimento da capacidade de ver, de maravilhar diante do mundo, de fazer perguntas e de pensar – sem medo de errar” (ALVES 2005, p.122). Pois com afirma Paulo Freire, “saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (2009, p.47).

A ideia principal desta nova pedagogia crítica  multifacetada é, então, a de permitir às pessoas de participarem neste ambiente cultural complexo, apoiado por práticas de acompanhamento reflexivas que valorizam e promovam a busca individual e colectiva por soluções que respondam criticamente ao mundo que se expressa pela extraordinária diversidade dos seus artefactos visuais (CHARRÉU 2010).

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