A Teoria das Múltiplas Inteligências
O Psicólogo
norte-americano Howard Gardner, insatisfeito com a ideia que um QI pudesse
determinar a inteligência de um indivíduo, dedicou muitos anos a pesquisar a
inteligência humana, chegando a conclusão que a inteligência não é única e
igual para todos os indivíduos, e que ela poderia se apresentar de duas formas
distintas, aquela que o indivíduo nasce geneticamente predisposto a
desenvolve-la e aquela que o indivíduo vai desenvolver conforme o meio em que
está inserido.
Além disto,
quebra-se a ideia de uma única inteligência e substitui-se por sete inteligências
distintas e bem definidas, explicando o motivo de certos indivíduos se
destacarem em determinado campo e serem um fracasso em outros. Embora acredite
que estas inteligências trabalhem de forma independente uma da outra, sabe-se
que nenhum individuo possui uma única inteligência, mas na verdade há aquela
que predomina frente as demais.
Mas o que poderíamos
definir como inteligência? A definição mais apropriada de inteligência seria a
habilidade para resolver problemas ou criar produtos significativos em um ou
mais ambientes culturais. A partir desta definição, Howard Gardner estudou e
classificou as inteligências, caracterizando cada qual com suas habilidades e
produtos criados.
Inteligência
Linguística
Talvez
a inteligência mais valorizada na nossa sociedade nos dias de hoje,
principalmente no ambiente escolar, pois ela está diretamente relacionada com a
utilização da linguagem. Aqueles que tem habilidades com o uso e manipulação
das palavras e seu sentido, são os principais representantes desta
inteligência.
Portadores
desta inteligência são aqueles que costumam manifestar o gosto pela escrita e
leitura. Possuem uma facilidade de comunicação, quer seja oralmente ou por
escrito, pois seu pensamento é construído por meio de palavras, sendo eficazes
na ligações de ideias.
Esta
linguagem está diretamente ligada a características humanas mais complexas, que
torna o ser humano capaz de manipular, viver em sociedade e se inserir no mundo
no qual faz parte, estando constantemente em aprimoramento. Além disto, a língua materna está incluída na
vida de cada pessoa desde o momento de seu nascimento.
Inteligência
Lógica-matemática
Este
tipo de inteligência a exemplo da linguística, está diretamente ligada com
nosso cotidiano. Números estão presentes
em todos os momentos do nosso dia. Mas esta inteligência vai além de se compreender
os números, há a necessidade da compreensão lógica, que está associada aos
números.
As
pessoas dotadas desta inteligência possuem uma competência apurada para os
cálculos e raciocínios lógicos. Elas costumam procurar explicações lógicas para
todos seus questionamentos. Ao se depararem com problemas que envolvem
raciocínio sentem-se desafiadas, procurando resolvê-los de forma metódica e
persistente.
Inteligência
Musical
Em
meio a Educação do “Silêncio” aplicada hoje em sala de aula, podemos dizer que
esta é uma das inteligências bem pouco utilizada no ambiente escolar, sendo
mais utilizada fora dele. Mas quando utilizada em sala de aula é para se trazer
momentos lúdicos ou para facilitar que algum tema seja decorado, uma vez que
indivíduos portadores desta inteligência tendem a associar muito mais
facilmente os sons.
Trata-se
de uma inteligência onde seus indivíduos gostam de estar rodeados de som,
gostam de estudar com músicas, ou melhor, aprendem com elas, através de suas
letras, seus ritmos. Pessoas que possuem esta inteligência gostam muito mais de
contar história do que as ler, e quando se expressam podem fazê-lo a partir de
ritmos marcados inclusive com seu corpo, quer sejam batendo os pés, as mãos, ou
simplesmente uma caneta na mesa. São muito auditivas, e tem facilidade de aprender simplesmente ao ouvirem.
Segundo
Alves (2005, p. 26): de todos os sentidos, o mais importante para a
aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição”
Inteligência
Corporal Sinestésica
Nos dias atuais é cada vez
mais comum os alunos serem “diagnosticados” com déficit de atenção e
hiperatividade, pelo simples motivo de não permanecerem quietos em sala de aula,
buscando o movimento a todo instante, tendo a necessidade de pegar nas coisas
para poderem “ver”. Segundo Alves (2005, p.60):
O tato contém um saber. Talvez, uma provocação ao saber.
Faz-nos pensar. Teríamos então de pensar o tato como uma das experiências
essenciais que devem acontecer no espaço escolar. O tato incita a
inteligência.
É preciso se levar em conta
o fato de que determinadas pessoas interagem com o meio e com outras pessoas
através do movimento e os sentidos. São pessoas que possuem a inteligência
corporal-sinestésica muito mais apurada que as demais, e é desta forma que eles
aprendem.
O estar em movimento, o
sentir, e o sentido de orientação são áreas fortes desta inteligência. Sua interação com o mundo, e seu aprendizado, dá-se
principalmente através do corpo, dos movimentos, de seus sentidos, da sua
relação com o espaço.
Inteligência
Visual-Espacial
Já dizia Rubem Alves (2005, p.25), que “a primeira função da escola é
ensinar a ver”, pois segundo ele (p.22) “Ver é muito complicado”.
Os
indivíduos que possuem esta inteligência pensam frequentemente com imagens e
têm seu aprendizado incentivado facilmente através das imagens visuais, através
da relação entre as coisas no espaço. Eles possuem um bom domínio da
coordenação óculo-manual e da coordenação motora; possuem ainda uma percepção
sensor motora bem apurada, o que colabora para uma boa discriminação das cores,
dimensões e relações espaciais.
Inteligência
Interpessoal
Esta
inteligência é o talento de compreender o outro, desenvolver e estabelecer
empatia por outras pessoas. As pessoas dotadas com esta inteligência tem uma
enorme facilidade de se comunicar com o outro, comunicar, ouvir e se fazer
ouvir, sendo capaz de resolver conflitos com maior facilidade.
Estas
pessoas são capazes de compreender e interpretar os sentimentos, intenções,
situações, entre outros, de outras pessoas. Por este motivo tornam-se capazes
de interagir de forma eficaz, podendo utilizar da comunicação verbal ou não
verbal na gestão de conflitos.
São
fáceis de fazer amigos, gostando muito de conviver com outras pessoas, obtendo
maior sucesso em estudo quando este é em grupo, onde pode debater suas ideias,
compartilhar seus conhecimentos, dar e receber apoio.
Inteligência
Intrapessoal
Saber
identificar suas próprias emoções e lidar com elas de forma adequada para
atingir seus objetivos, é a principal característica desta inteligência. Estas pessoas estão constantemente se auto
avaliando e refletindo sobre si mesmo, sendo capazes de reconhecer seus pontos
fracos e seus pontos fortes, sabendo utilizar destes de forma estratégicas para
alcançar aquilo que almeja. Tem a necessidade de conhecer a si próprio.
São capazes de se
responsabilizar pelo próprio aprendizado, que vai desde estudar sozinho, autorregulando
estes estudos, até a aversão por trabalhos em grupo. Entendem que seu sucesso
vai depender somente dos seus esforços, seu trabalho, sua persistência; não
alimentando assim, expectativas irrealistas.
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